terça-feira, 13 de outubro de 2009

O "fator casa"

Quando comecei a pensar em incorporar o "fator casa" ao meu programa de previsão de resultados para as séries A e B do brasileirão, não imaginava que fosse uma coisa tão bem estudada. Se você procurar no Google por "home advantage", vai achar um monte de referências para vários esportes. Há uma monografia da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, de Ivo Gonçalo Madeira Fontes, que contém 150 páginas sobre o assunto. Na página da Wiki, aparece um ranking dos times de futebol ordenados por "fator casa", e a Bolívia tem o mais alto. A seleção brasileira provou o gostinho desse fator no domingo passado.

Em termos práticos, podemos quantificar o fator casa, numa primeira aproximação, de uma maneira simples: calculamos a média de gols fora de casa e a dividimos pela média total de gols. Os números surpreendem: apenas 2 clubes da série A têm esse número (ligeiramente) menor que a unidade. A média é 1.18+/-0.17. Na série B, a média é 1.20+/-0.15. Os histogramas correspondentes são mostrados abaixo.


O "fator casa" pode, portanto, ser caracterizado objetivamente. A maneira mais simples de incorporá-lo ao programa de previsão de resultados é multiplicar a estimativa de média instantânea de gols de um time por esse fator quando o confronto é em casa, ou dividir a média instantânea pelo mesmo fator quando o jogo é fora. Deve-se ter algum cuidado para evitar que flutuações produzam valores muito altos desse fator (exemplo: o Grêmio neste campeonato). Tudo indica que limitar o "fator casa" à faixa [1.0, 1.2] é seguro.

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